Os adolescentes estão dormindo cada vez menos. Tecnologia e cafeína têm sua parcela de culpa
Um estudo recém-publicado pelo periódico especializado Pediatrics, jornal oficial da Academia Americana de Pediatria, revela que os adolescentes que passam mais tempo ligados às mídias eletrônicas estão dormindo menos à noite, estão tendo mais sonolência diurna, além de estarem consumindo mais cafeína.
Pesquisadores americanos estudaram 100 adolescentes com idades entre 12 e 18 anos quanto ao consumo de bebidas cafeinadas, hábitos de uso de mídia eletrônica durante a noite (ex: TV, internet) e padrão de sono. No grupo estudado, 66% tinha TV e 30% um computador dentro do quarto, 90% tinha telefone celular e 79% um aparelho de MP3. Após as 9h da noite, 82% dos adolescentes assistia à TV, 34% escrevia mensagens de texto, 44% falava ao telefone, 55% estava conectado à internet, 24% jogava games no computador, 36% assistia a filmes e 42% ouvia música nos MP3 portáteis. Uma média de 1-2 horas era usada em cada uma dessas atividades.
A pesquisa ainda revelou que 80% dos adolescentes estudados dormia menos de 8 horas por noite, abaixo do número de horas recomendado para a idade que é de 8 a 10 horas. Além da privação voluntária do sono, outros fatores podem contribuir para o sono mais curto desses adolescentes. O excesso de exposição noturna à luz da TV e/ou do monitor do computador pode levar a uma redução da produção de melatonina, que por sua vez pode dificultar o sono. Além disso, a relação entre a privação de sono e consumo de cafeína é um ciclo vicioso. Ao dormir menos, o adolescente usa mais cafeína para combater a sonolência diurna, substância que sabidamente pode provocar insônia.
Pesquisas robustas já haviam demonstrado que os adolescentes têm dormido cada vez menos ao longo das últimas décadas. Além da exposição à mídia eletrônica e cafeína, os adolescentes ainda são expostos a outros fatores de estresse que podem estar contribuindo para que eles durmam menos, como por exemplo, a pressão por um brilhante desempenho acadêmico. O presente estudo também mostrou que essa privação de sono aumenta o nível de cochilos na escola, mas os efeitos vão muito além disso. Sabe-se que crianças e adolescentes que dormem pouco têm maior risco de depressão, obesidade, alergias e exacerbação de crises de asma.
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